terça-feira, 22 de setembro de 2009

Eu conheci os poemas aí de baixo indiretamente, e nunca larguei. Foi fazendo o Plano Cruzado, catando poesias menos populares, mais simbolistas. Navio, mar, sonho: Lembra o fado "barco negro" (dizem as velhas da praia que não voltas, são loucas). Tudo no repertório.

A Tour Saint Jacques está sem prteção, nós sempre a vimos com andaimes. Agora tenho saudades daquela imensa caixa branca no meio de Paris. A torre é bonita também. Mille télégrames de ce tout Paris qui nous fait si peur.

Reencontrei o verso de Besos, Lecho y Pan na música dos titãs (Go back, Acústico MTV - com Fito Páez). Também fez parte do Plano Cruzado, lembro do susto de Rita quando começamos a ler. Tudo no Repertório. Essas coisas significavam muito então, e ainda, mas é surpreendente como podem se acomodar ali no fundo do armário, na posta restante, milênios no ar.






FAREWELL

1

Desde el fondo de ti, y arrodillado,
un niño triste, como yo, nos mira.

Por esa vida que arderá en sus venas
tendrían que amarrarse nuestras vidas.

Por esas manos, hijas de tus manos,
tendrían que matar las manos mías.

Por sus ojos abiertos en la tierra
veré en los tuyos lágrimas un día.

2

Yo no lo quiero, Amada.

Para que nada nos amarre
que no nos una nada.

Ni la palabra que aromó tu boca,
ni lo que no dijeron las palabras.

Ni la fiesta de amor que no tuvimos,
ni tus sollozos junto a la ventana.

3

(Amo el amor de los marineros
que besan y se van.

Dejan una promesa.
No vuelven nunca más.

En cada puerto una mujer espera:
los marineros besan y se van.

Una noche se acuestan con la muerte
en el lecho del mar.

4

Amo el amor que se reparte
en besos, lecho y pan.

Amor que puede ser eterno
y puede ser fugaz.

Amor que quiere libertarse
para volver a amar.

Amor divinizado que se acerca
Amor divinizado que se va.)

5

Ya no se encantarán mis ojos en tus ojos,
ya no se endulzará junto a ti mi dolor.

Pero hacia donde vaya llevaré tu mirada
y hacia donde camines llevarás mi dolor.

Fui tuyo, fuiste mía. Qué más? Juntos hicimos
un recodo en la ruta donde el amor pasó.

Fui tuyo, fuiste mía. Tu serás del que te ame,
del que corte en tu huerto lo que he sembrado yo.

Yo me voy. Estoy triste: pero siempre estoy triste.
Vengo desde tus brazos. No sé hacia dónde voy.

...Desde tu corazón me dice adiós un niño.
Y yo le digo adiós.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

cecilia

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.

Canção


No desequilíbrio dos mares,
as proas giram sozinhas...
Numa das naves que afundaram
é que certamente tu vinhas.


Eu te esperei todos os séculos
sem desespero e sem desgosto,
e morri de infinitas mortes
guardando sempre o mesmo rosto


Quando as ondas te carregaram
meu olhos, entre águas e areias,
cegaram como os das estátuas,
a tudo quanto existe alheias.


Minhas mãos pararam sobre o ar
e endureceram junto ao vento,
e perderam a cor que tinham
e a lembrança do movimento.


E o sorriso que eu te levava
desprendeu-se e caiu de mim:
e só talvez ele ainda viva
dentro destas águas sem fim.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

terça-feira, 1 de setembro de 2009

a 0,45 horas tentando escrever algo com esta fome, esta vontade de não deixar repetido, de buscar aquela essência de escrever para o universo da internet e depender de uma conjunção astral, do google e de outras forças da natureza para encontrar leitores. O google é uma força da natureza como a conhecemos.

como sou mais um capitalista, meu provável único futuro escrevendo será pagar para alguém que me faça uma capa e transforme essas coisas escritas só sentindo num livro sem projeto. Não é a minha ambição, é meu maior provável futuro. antes disso, ou depois, se houver tempo lá, quem sabe a história de miguilim, a história de Catarineta na torre, a história de miguilim do sertão.

assim é que não há trabalho mesmo ordenado e direcionado, não tem tema nem leitor. Cada vez que mudo é pra mais mudo. talvez que não.

um poema

Azul
de mar a mais que tempo
de canto
céu de só aqui
este que eu vejo
azul de América

Azul que estava ali naquele dia
que inunda as bordas na fotografia.
Foi azul que eu vi.