sexta-feira, 24 de setembro de 2010

pensava numa poesia
nem me lembro mais

olhava aquelas folhas
não importa mais

poema menor, eu dizia
hoje nunca mais


A professora disse que nada assim é de poeta.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Vim a Comala porque me disseram que aqui vivia meu pai, um tal de Pedro Páramo. Minha mãe me disse.

Juan Rulfo, Pedro Páramo.


Nelida Piñon disse isso na televisão, eu vi e me lembrei na aula de Teoria II. A narrativa é indisciplinadora, dizia ela, a professora, a de Teoria II. Nelida falava de como começar um livro e citou essa abertura de Juan Rulfo, dizendo que, com esta linha, estava intalada a vontade de ler todo o livro, anunciada uma historia, três personagens, um cenario.

Narrar é arquitetar, dizia ela, a professora de Teoria II. sonho o poema de arquitetura ideal, verso de salomão. Eu me lembro de um texto sobre uma maquina amanhecida no meio de uma cidade, onde todos desconheciam a função da maquina, discutiam a responsabilidade de devolve-la, a oportunidade de derrete-la, os festejos pelo aniversario da maquina, até que ela é recolhida por sabe-se quem. O leitor agora tem essa historia, eu que entreguei. Narrar é materializar.

Havia, nunca, um nada não.