sábado, 19 de fevereiro de 2011

Estava mais angustiado
Que
um goleiro na hora do gol


Procurando esse trecho de viver para contar em que mãe e pai se juntam num dueto de boleros, quando a mãe percebe que os erros do pai se ligam às lágrimas que ele derrama, e pára tudo com algo como. achei. Quem me dera um dueto.

En esa misma época mis padres me causaron un percance emocional que me dejó una cicatriz difícil de borrar. Fue un día en que mi madre sufrió una ráfaga de nostalgia y se sentó a teclear en el piano «Cuando el baile se acabó», el valse histórico de sus amores secretos, y a papá se le ocurrió la travesura romántica de desempolvar el violín para acompañarla, aunque le faltaba una cuerda. Ella se acopló fácil a su estilo de madrugada romántica, y tocó mejor que nunca, hasta que lo miró complacida por encima del hombro y se dio cuenta de que él tenía los ojos húmedos de lágrimas. «¿De quién te estás acordando?», le preguntó mi madre con una inocencia feroz. «De la primera vez que lo tocamos juntos», contestó él, inspirado por el valse. Entonces mi madre dio un golpe de rabia con ambos puños en el teclado. —¡No fue conmigo, jesuita! —gritó a toda voz—.Tú sabes muy bien con quién lo tocaste y estás llorando por ella.


No dijo el nombre, ni entonces ni nunca más, pero el grito nos petrificó de pánico a todos en distintos sitios de la casa. Luis Enrique y yo, que siempre tuvimos razones ocultas para temer, nos escondimos debajo de las camas. Aida huyó a la casa vecina y Margot contrajo una fiebre súbita que la mantuvo en delirio por tres días. Aun los hermanos menores estaban acostumbrados a aquellas explosiones de celos de mi madre, con los ojos en llamas y la nariz romana afilada como un cuchillo. La habíamos visto descolgar con una rara serenidad los cuadros de la sala y estrellarlos uno tras otro contra el piso en una estrepitosa granizada de vidrio. La habíamos sorprendido olfateando las ropas de papá pieza por pieza antes de echarlas en el canasto de lavar. Nada más sucedió después de la noche del dueto trágico, pero el afinador florentino se llevó el piano para venderlo, y el violín —con el revólver— acabó de pudrirse en el ropero.

Hoje.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

o discurso de formatura (que nunca é falado)

Aos formandos de Arquitetura e Urbanismo da UFBA, turma de 2010.2.

Meus queridos,

Em 2004, quando me tornei funcionário da UFBA, alguns de vocês ainda estavam suando sobre apostilas de terceiro ano sonhando com o vestibular, outros eram calouros numa universidade tumultuada por uma greve de seis meses e lá vai. Naquele tempo em que não havia nem matrícula, nem impressão de comprovante e nem conferência de histórico pela internet, ir até o colegiado e fazer trezentas listas e pedidos era uma constante. Em pouco tempo fiquei responsável por dizer aos 120 calouros, um por um, onde ficava a sala do ateliê, como fazer pra cadastrar o smart-card, quem era o tal do Chango, enfim.

Lembro bem que uma das minhas primeiras ações foi "proibir" as procurações com as quais os alunos presenteavam as mamães e viajavam para as festas de são joão e férias de verão. Se algum de vocês foi matriculado numa disciplina que terminava às nove da noite em são lázaro, peço desculpas agora.

Lembro também que passei a utilizar, ainda que informalmente, o orkut como canal pra esclarecer e informar sobre o que se passava na universidade. Desde então, não há lugar do mundo em que eu possa me esconder, mas, diante do que vi do meu lugar na mesa solene esta noite, diante do que vocês fizeram a partir de informações simples que eu tinha, não me arrependo.

Digo isto pensando que o meu trabalho é quase sempre muito simples. Basta dizer que de um diploma para outro o que muda é o nome do aluno. Todo o trabalho para que um nome possa estar escrito ali não vem de mim, nem de outro funcionário, nem do mais ilustre e experiente professor. Vem do aluno.

Em outros momentos, o trabalho consiste em não atrapalhar. Não deixar que as notas atrasadas, que o "sistema" esquizofrênico ou que a burocracia doentia se tornem obstáculos entre vocês e aquilo que lhes é garantido por lei e por merecimento.

Em alguns anos, quem sabe, toda a documentação e a maior parte dos serviços necessários para que alguém conclua um curso superior passe a ser feita por um computador. Talvez as bibliotecas sejam equipadas com estantes inteligentes, capazes de fazer pesquisas e indicar livros baseando-se em palavras chave, assuntos ou "algoritmos padrões". Desde já, eu procuro pensar que tudo o que um cérebro eletrônico puder fazer, somado, é igual ao mínimo minimorum que eu devo fazer. Nem sempre consigo, nem sempre é possível. Mas a consciência disso existe.

Sendo assim, tenho que dizer que o grande trabalho, os 99,999% do trabalho feito por vocês alunos é que merece uma justa homenagem. Conquistaram respeito estagiando em pequenos e grandes escritórios e empresas, conquistaram respeito e aprovação de professores competentes, conquistaram outros pasíses participando de programas de intercâmbio, conquistaram o tfg, o diploma, o direito de viver do suor do próprio trabalho. O direito de mudar o mundo, ou pequenas partes deles. Parabéns. Parabéns porque venceram, porque lutaram. Porque conquistaram também uma nova consciência da vida em sociedade.

Vocês juraram "jamais atentar contra a dignidade da pessoa humana", e nada mais indigno do que as condições de moradia da maior parte da população da nossa cidade, do nosso estado, do nosso país, do mundo subdesenvolvido. Eis o desafio. Que a vida lhes dê condições de resistir e de enfrentá-lo.

Esta foi a maior turma de formandos em Arquitetura que eu já vi, e talvez a maior em muitos e muitos anos. Será difícil encontrar a faufba sem quarenta e tantos alunos com quem convivi. Agradeço muito a vocês a oportunidade de me despedir de cada um em traje de gala e com o coração cheio de amor.

Obrigado por tudo, sucesso e disposição.
Até breve,

Pedro Laurentino

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

::corações a mil::

Gilberto Gil

Minhas ambições são dez
Dez corações de uma vez
Pra eu poder me apaixonar
Dez vezes a cada dia
Setenta a cada semana
Trezentas a cada mês

Isso, sem considerar
A provável rebeldia
De um desses corações gamar
Muitas vezes num só dia
Ou todos eles de uma vez
Todos dez
Desatarem a registrar
Toda gente fina
Toda perna grossa
Todo gato, toda gata
Toda coisa linda que passar

Meus dez mil corações a mil
Nem todo o Brasil vai dar

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

@wedafux é como eu estou aprendendo a usar o twitter, esse negócio. Juro solenemente que jamais avisarei a hora do banho.