domingo, 5 de dezembro de 2010

A história do presente trocado



O Correio nunca erra, nem Papai Noel, mas era uma vez um cheque rechonchudo de direitos de imagem que ia para o barra(lixo)dão e mudou para o Fazendão!

do Facebook:
"TU TATA TU TUTARARA É NA VAGA DO VITÓRIA QUE O BAHIA VAI ENTRAR" "UH ELEVADOR, UH ELEVADOR DESCE RUBRO NEGRO, SOBE TRICOLOR!"
Tu tata tu tu Tarara Ivete é série B Cláudia Leite é série A!!!!

"Tetracapeao da copa do nordeste" ...... Pegue - Soque - Desça.


aqui deu uma pane geral e nenhum vice tem celular funcionando. Será queda de sinal???


38, segundo tempo: Os torcedores do Vitória estão tensos. Alguns começam a chorar.


O primo de Messi???? Desce!


Deeeeeesce carniça


É bom assim, fica um time na A e outro na B, kkk, presença da Bahia nos 2!


Ihhhhhhh ano que vem não tem BAVI!!!!! Ihhhhhhh ano que vem não tem BAVI!!!!!
Pois é! A comemoração aqui é como se o Bahia tivesse subido de novo!


e a última: daqui do alto, eu te vejo, eeeeeeeeeeeeu te veeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeejo!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Refeita da Ária da Camarinha

Dorme Cra-ve-o-vo
Meu menine-o-no
Fecha a pétala
Pequeni-ne-a-na
Fecha o olho-lho
vem a onça-ça
mas eu vele-o-lo
Meu amor-ô-ô

... A ária nasceu de um sonho de um pai compositor, nada mais justo.
Eis o metrô do Qatar, com indicações dos estádio nas estações. Lá vou eu pra mais um artigo no mestrado. Não tem tanto a ver com o Qatar, mas serve enquanto representação do espaço, cartografia, etc. Uma espécie de mapa das disponibilidades, não dos lugares. ao trabalho.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Caymmi

Todos gostavam de Pedro
E mais do que todas
Rosinha de Chica
A mais bonitinha
E mais bem feitinha
De todas mocinha lá do arraiá

Pedro saiu no seu barco Seis horas da tarde Passou toda a noite
Não veio na hora do sol raiá
Deram com o corpo de Pedro Jogado na praia Roído de peixe Sem barco sem nada
Num canto bem longe lá do arraiá

Pobre Rosinha de Chica
Que era bonita
Agora parece
Que endoideceu
Vive na beira da praia
Olhando pras ondas
Andando rondando
Dizendo baixinho
Morreu, morreu, morreu, oh...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

alguma parte

Li anteontem, de uma vez apressada, mas completa, o livro novo de Ferreira Gullar. Gostei muito. Tem vida, tem morte, tem partida, tem até espaço. fiquei ressoando.

Li hoje, com mais tempo, a coluna de Caetano. É terrível. Tem de latim arcaico até fobia de nordestinos, passando pela fobia de Lula ao mau caráter afago em Dilma.

Talvez que Caetano tenha alguma verdade absoluta pra dizer sobre tudo (o tal do "ou não" é de Gil, qualquer um que olhe saberá) há 50 anos, mas o tempo é cruel.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

cantiga da Ária da Camarinha - Elomar

Dorme Ro-ze-a-za
Minha menine-a-na
Fecha a pétala
Pequeni-ne-a-na
Fecha olho-lho
vem a onça-ça
mas eu vele-o-lo
Meu amor-ô-ô

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Recital para o Rebentão

Abertura:
Cortinas fechadas, percussão, ponto.
Abre a cortina, luz no atabaque, silêncio.

Livro do desassossego, Bernardo Soares
declama:
Outrora eu era de aqui,
E hoje regresso um estrangeiro
Forasteiro do que vejo e ouço
Velho de mim
.

Violas, pífanos, berros.

Canto de Guerreiro Mongoió - Elomar
Peão na Amarração - Elomar
Cantiga de Amigo - Elomar
Função - Elomar
Usina de Prata - Rosinha de Valença
Ainda Ontem Chorei de Saudade - Moacyr Franco (João Mineiro e Marciano)
Jardim da Fantasia - Almir Sater
Eu vivo num tempo de Guerra - Gianfrancesco Guarnieri
Apesar de Você - Chico Buarque
Vozes da seca - Luiz Gonzaga
Desafio - Tom zé

Bença Mãe - Luiz Gonzaga
Triste Partida - Luiz Gonzaga - Lamento Sertanejo Dominguinhos- Saudade da Minha Terra - Goiá e Belmonte
Vida Boa - Victor e Leo
Fé Lis - Mão Branca
Juazeiro - Luiz Gonzaga
Esperando na Janela - Targino Gondim
Faviela - Elomar

Bis

Com medo, com Pedro - Gilberto Gil
Back in Bahia - Gilberto Gil
Irene - Caetano Veloso
Adoro - Mundo de Prazer - Sonho Lindo - Muito Pra te dar - Magníficos

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

pensava numa poesia
nem me lembro mais

olhava aquelas folhas
não importa mais

poema menor, eu dizia
hoje nunca mais


A professora disse que nada assim é de poeta.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Vim a Comala porque me disseram que aqui vivia meu pai, um tal de Pedro Páramo. Minha mãe me disse.

Juan Rulfo, Pedro Páramo.


Nelida Piñon disse isso na televisão, eu vi e me lembrei na aula de Teoria II. A narrativa é indisciplinadora, dizia ela, a professora, a de Teoria II. Nelida falava de como começar um livro e citou essa abertura de Juan Rulfo, dizendo que, com esta linha, estava intalada a vontade de ler todo o livro, anunciada uma historia, três personagens, um cenario.

Narrar é arquitetar, dizia ela, a professora de Teoria II. sonho o poema de arquitetura ideal, verso de salomão. Eu me lembro de um texto sobre uma maquina amanhecida no meio de uma cidade, onde todos desconheciam a função da maquina, discutiam a responsabilidade de devolve-la, a oportunidade de derrete-la, os festejos pelo aniversario da maquina, até que ela é recolhida por sabe-se quem. O leitor agora tem essa historia, eu que entreguei. Narrar é materializar.

Havia, nunca, um nada não.

sábado, 7 de agosto de 2010

retrouvailles

place des grands hommes

On s'était dit rendez-vous dans 10 ans

Même jour, même heure, même pommes
On verra quand on aura 30 ans
Sur les marches de la place des grands hommes

Le jour est venu et moi aussi
Mais je ne veux pas être le premier
Si on avait plus rien à se dire et si et si
Je fais des détours dans le quartier

C'est fou qu'un crépuscule de printemps
Rappelle le même crépuscule qu'il y a 10 ans
Trottoirs usés par les regards baissés
Qu'est-ce-que j'ai fais de ces années? ...

***

Hoje tem reencontro da turma da escola, e já são 9 anos. O que dá pra fazer em 9 anos e um pouco? casar, trabalhar, ter filhos, estudar, aventurar. É verdade que nem tudo é como a gente sonha, é verdade que nem em sonhos pensava ter vivido tanta coisa até aqui. Sonhava estudar na Europa, não imaginava morar em Paris e tudo mais. Sonhava casar, não imaginava tanta vida nessa palavra, sonhava ter filho, aí está ele.


***

Meu bom jesus, que ninguém se lembre daquele dia, que ninguém se lembre daquele dia, que ninguém se lembre daquele dia!



segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Sonho de uma noite

se eu pudesse dizia a ela
minhas mãos congelando do perfume bom
se eu pudesse contava pra ela
seus cachos luminosos en el azul
se eu pudesse ia mostrar pra ela
tremedeira dela andar na minha rua

se eu pudesse pedia pr a ela
repetir o beijo sol do meio dia
se eu pudesse ligava pra ela
dizia nada e escutava o resultado
se eu pudesse sonhava com ela
fazia tudo que não posso acordado

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Saudades Portuguesas...

Quem é brasileiro e vive onde nasceu dificilmente sabe do que a menina franco-portuguesa esta falando a seguir. Eu nasci em Salvador e não me sentia soteropolitano até um dia desses, e vivi sempre meio exilado de algum lado.

Em Paris, conheci essa comunidade incrível de emigrantes. Nem imigrantes se chamam. Entre a terceira e a quarta geração de gente que deixou a brutalidade da ditadura e a pobreza das zonas rurais em Portugal para viver na França em condições apenas um pouco mais dignas. Porteiros, marceneiros, pedreiros, faxineiros - é assim que são conhecidos os portugueses, que na verdade estão em todos os campos, porque enquanto os primeiros imigrantes reproduziam o trabalho que faziam em casa, seus filhos trataram de estudar e conquistar o que Portugal então não oferecia.

Todo o preconceito do mundo faz com que um francês médico encontre um franco-português médico e pergunte se não ha em sua familia alguém que faça faxinas.

Nenhum dinheiro no mundo faz com que os portugueses desistam de, no primeiro dia de férias, juntar a familia toda e ir para casa, para a unica casa que conhecem. Se na França vivem em pequenos cômodos, constroem em suas aldeias grandes imóveis, que vão dividir com as familias um mês a cada ano. Em casa, participam de procissões, de festas, do prazer do sol e da terra, além daquele que o mar traz e o azeite adocica, é claro.

Depois, tem Bruno Aleixo, meu ídolo.


Sou filha de emigrantes portugueses, nascida em França. Como todos os anos, esperei ansiosamente o principio das férias de verão, com uma unica vontade: regressar ao meu querido e tão amado Portugal...aquele Portugal de cujo oiço falar e conheço desde a minha infancia. Para um emigrante o que significa voltar?Significa matar aquelas saudades todas da familia, dos amigos,...voltar a ver as nossas casas, aqueles cafés cheios de convivencia, aquela rua,aquela esquina,aquele perfume,aqueles caminhos,aquelas paisagens,todas essas imagens que guardamos no nosso coração para o ano todo...significa regressar às nossas raizes...a nossa vida é bem diferente daquilo que a maioria das pessoas imaginam.quer estejamos na França,na Suiça, na Alemanha, é quase sempre tudo igual. Quem entrar nas nossas casas, já não está na França, na Suiça ou na Alemanha. Está pura e simplesmente em Portugal. todas as manhãs, ao sair de casa, passamos esta fronteira que criamos.

Sou filha de emigrantes portugueses e vivo em França. isso não significa que não falo português com os meus pais, que não como bacalhau com batatas ou choriço e presunto ou que não sei quem anda primeiro na superliga! não passa um dia sem eu pensar no meu país... até chego a viver em Portugal por procuração, conversando com amigos ou familiares de Portugal! é uma maneira de viver um pouco em Portugal...

Sou filha de emigrantes portugueses, o que significa que pertenço àquele grupo chamado pejorativamente "aveques", que segundo a maioria das pessoas, vêm, desdo o mês de julho invadir o paìs até o fim do mês de agosto.somos aqueles "aveques que chegam a Portugal e que pensam que tudo é deles" e que "passam o mês inteiro sem fazer nada".admito que é verdade,não trabalhamos durante este mês de férias...arranjamos as nossas casas,aproveitamos as unicas férias e sobretudo tempo livre que temos durante o ano inteiro, e matamos saudades das pessoas amadas.para muitos isso é não fazer nada,mas para nos,isso é fazer tudo.afinal é preciso não esquecer uma coisa importante.se um dia um portugues decidiu deixar o seu país e tornou-se emigrante,não foi com certeza de boa vontade,mas sim para sobreviver,arranjar um emprego num momento de crise,para manter sua familia dignamente.todos os emigrantes partiram e deixaram tudo simplesmente para trabalhar.quem vir um emigrante sem fazer nada durante umas semanas,talvez não o vê quando trabalha os outros onze meses do ano como qualquer outro português.alguns vivem bem,outro menos.alguns integram-se numa outra cultura,outros nunca hão de conseguir.o sonho de muitos emigrantes é regressar de vez para aquele país para aquele país que tiveram de deixar uns anos atrás. voltar a viver nessas casas,naqueles cafés,naquela rua,naquela esquina,naquelas paisagens... tornar essas imagens numa realidade.

Sou filha de emigrantes portugueses e vivo em França. durante às férias sou a amiga francesa de passagem mas durante os onze outro meses sou a amiga port
uguesa.afinal, de que nacionalidade sou?tenho um bilhete de identitade que indica que sou francesa e outro que indica que sou portuguesa, porque afinal é o que sou acima de tudo:Portuguesa, Portuguesa de sangue, Portuguesa no coração...

Comentários:

---as saudades de voltar ao pais amado não são poucas
temos sempre esta esperança k' um dia là estaremos de vez
pork tanto la deixamo durante todo o ano, familia, amigo, casa, o barrio
e esta vida que leva o português de aldeia---

---em todo o ano so ha 2 meses ke eu vivo realmente a minha vida !!!
ke mostro ser realmente kem sou!!!!!
e essas 2 vezes é kuando esto em portugal de férias em agosto e em dezembro!!
so ai é ke sou realmente alguem!!
so nessa altura é ke me sinto alegre!!!

mas kuando xega akele dia de voltar pra este pais de merda eu volto a morrer!!

eu so exito kuando esto em portugal!!!!!---

--- é so saudade. Andam todos com saudade.

Venham entao pa ca a ganhar o salario minimo, a irem aos hospitais e serem mal tratados. Venham todos
que ja passam as saudades....---






Bom Danado

Sábo de noite eu vou
Vou pra casa do Zé
Sábo de noite eu vou
Dançar um côco e arrastar o pé


E a beleza de Maria
Ela só tem pra dar
O corpinho que ela tem
Seu andar requebradinho
Mexe com a gente
E ela nem nem, e ela nem nem

Mas ela vem dançar um poco
E eu vou lhe arrumar
Na umbigada já ganhei seis
Agora vou inteirar

São sete meninas, são sete fulô
São sete umbigadas certeiras que eu dou

http://www.youtube.com/watch?v=bOBe8eT_6iM

sexta-feira, 2 de julho de 2010

a felicidade de estar errado às 3 da manhã quase

de estar certo porque a culpa foi dela e do shimbalauê atômico que caiu do céu!

Chico

Gadu

terça-feira, 22 de junho de 2010

Junho - Alceu Valença

Eu sei que é junho, o doido e gris seteiro
Com seu capuz escuro e bolorento
As setas que passaram com o vento
Zunindo pela noite, no telheiro

Eu sei que é junho, esse relógio lento
Esse punhal de lesma, esse ponteiro,
Esse morcego em volta do candeeiro
E o chumbo de um velho pensamento

Eu sei que é junho, o barro dessas horas
O berro desses céus, ai, de anti-auroras
E essas cisternas, sombra, cinza, sul
E esses aquários fundos, cristalinos
Onde vão se afogar mudos meninos
Entre peixinhos de geléia azul

sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago, Prémio Nobel da Literatura em 1998, morreu ao início da tarde de sexta-feira, 18 de Junho de 2010 na sua casa em Lanzarote, vítima de leucemia crônica, onde residia com a mulher Pilar del Rio. O escritor português tinha 87 anos e encontrava-se doente há algum tempo, tendo-se agravado o seu estado de saúde na sua última semana.
***
A notícia me chega surpreendente nesta manhã de sexta-feira. Abro um jogo de copa do mundo, me vem essa catástrofe da realidade que eu acreditava suspensa até o apito final do dia 11 de julho. Teimosia da realidade, teimosia da morte.
Sinto essa morte como uma perda, pior, uma perda ali depois da celebridade, além das aparições: perco a voz do diálogo, da reflexão sobre a natureza das agonias. A literatura ficou rouca. Eu estou mais um pouco mudo. Porque aprendi com ele alguma coisa de mim, dos homens e de Deus, e já não há mais quem diga.

pedro

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Do forno


Palavras do Anjo Gabriel - Adolescência de um poeta menor

Azuis, verdes, e púrpuras
amarelos de todos os tons
Venham, é dia de festa.

no ClubedeAutores.com.br, por R$ 30,00.

é grátis pra publicar e vale a pena se você quiser ser o único a comprar seu livro, pelo prazer de ver os rabiscos ajuntados numa capa legal, pelo menos pra você. Recomendo, Dindinha! O site, pq o livro ficou meio caro...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

[Recuperado do Infrutescências do Pensamento Fértil]

Sou puta, filho, deixa de ser estúpido. Mulher, não maldigas a ti por um certo nome que tenha algo aí que tu não faças, o que importa não será isso. Endoidou, menino? Não, não é isso. Estou dizendo que realmente não havia reparado, mas não será isso que me demoverá. És puta, não faz mal, continuo perplexo. Não sejas mais estúpido, criatura, sou puta, ouviste bem? Quer dizer que não vou de graça, não vou por sorrisos ou galanteios, não vou por emoção e se for talvez nem goste, vou por dinheiro, só vou mesmo é por dinheiro, só por dinheiro vivo. Não te pedi que viesse, nem outra coisa que isso signifique, é uma rosa, apenas uma rosa, o que encanta ao mundo inteiro. Pergunto de novo, se aceitares de novo, queres um amor, mulher?

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Por ocasião de o exilado ouvir cantar um passarinho na árvore pelada, e ter uma idéia.
(Mas lá pela madrugada,
ouço o canto da amada
do grilo cantador
Geme o rebanhos da aurora
mugindo cade a sinhora
que nunca mais voltou?)


Tiodoro desalmado,
Assobia como Deus
Sem coração

Sabia do Bem te vi
que em todo canto o seguia
procurando de onde vinha
Aquele canto de amor

Tiodoro desalmado
Assobia como Deus
Sem compaixão

Distraído, Tiodoro
assobia noite e dia
E o Bem te vi cansado
de fome e sede padece
Sem achar o seu amor

Tiodoro foi quem matou
Bem te vi apaixonado
com seu canto de sereia
e de anjo enganador

sexta-feira, 7 de maio de 2010

le pli

Como se mostram variadas as obras das mãos do homem, são de som as minhas, Fala das mãos, Falo das obras, tão cedo nascem logo morrem, Fala das obras, Falo das mãos, que seria delas se lhes faltasse a memória e o papel em que as escrevo, Fala das mãos, Falo das obras.

Memorial do convento, pg. 161.

sexta-feira, 30 de abril de 2010


estrela miúda

Composição: João do Vale

Estrela miúda que alumeia o mar
Alumiá terra e mar
Pra meu bem vir me buscar
Há mais de um mês que ela não
Que ela não vem me olhar

A garça perdeu a pena
Ao passar no igarapé
Eu também perdi meu lenço
Atrás de quem não me quer

Estrela miúda que alumeia o mar
Alumiá terra e mar
Pra meu bem vir me buscar
Há mais de um mês que ela não
Que ela não vem me olhar

A onda quebrou na praia
E voltou correndo do mar
Meu amor foi como a onda

E não voltou pra me beijar

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Notícias

O Filho que eu quero ter
Vinicius de Moraes

É comum a gente sonhar, eu sei
Quando vem o entardecer
Pois eu também dei de sonhar
Um sonho lindo de morrer

Vejo um berço e nele eu me debruçar
Com o pranto a me correr
E assim, chorando, acalentar
O filho que eu quero ter

Dorme, meu pequenininho
Dorme que a noite já vem
Teu pai está muito sozinho
De tanto amor que ele tem

De repente o vejo se transformar
Num menino igual a mim
Que vem correndo me beijar
Quando eu chegar lá de onde vim

Um menino sempre a me perguntar
Um porquê que não tem fim
Um filho a quem só queira bem
E a quem só diga que sim

Dorme, menino levado
Dorme que a vida já vem
Teu pai está muito cansado
De tanta dor que ele tem

Quando a vida enfim me quiser levar
Pelo tanto que me deu
Sentir-lhe a barba me roçar
No derradeiro beijo seu

E ao sentir também sua mão vedar
Meu olhar dos olhos seus
Ouvir-lhe a voz a me embalar
Num acalanto de adeus

Dorme, meu pai, sem cuidado
Dorme que ao entardecer
Teu filho sonha acordado
Com o filho que ele quer ter

O Caderno
Toquinho

Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco
Até o be-a-bá.
Em todos os desenhos
Coloridos vou estar
A casa, a montanha
Duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel...

Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
Te acompanhar nas provas
Bimestrais, você vai ver
Serei, de você, confidente fiel
Se seu pranto molhar meu papel...

Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo
Se você quiser
Quando surgirem
Seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá
Num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel...

O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado
Se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente
O que se há de fazer...

Só peço, à você
Um favor, se puder
Não me esqueça
Num canto qualquer

terça-feira, 13 de abril de 2010

ginástica

Jardineiro do meu pai
Não me corte os cabelos
Minha mãe me penteava
Minha madrasta me enterrou
Pelo figos da figueira
Que o passarinho bicou
Xô! Passarinho, da figueira do meu pai...

Bem, é assim que está por aí a música da madrasta que eu tentei lembrar na aula, falando de minha avó querida. Quem disse que eu lembro assim?

a minha música é:
(o carpinteiro corta os galhos da figueira!)

Carpinteiro do meu pai
Não me corte meus cabelos
minha mãe me penteava
o meu pai me enfeitava
a madrasta me enterrou
por um figo da figueira
que o passarinho bicou...

[não tem xô nenhum, xô é do sabiá, lá vem a chuva, em beira mar, vai ver teu ninho pra não molhar - xô sabiá]

Muda a métrica da melodia, mas a idéia é a mesma... tem um pouco mais de participação paterna, mas talvez fosse vovó me enfeitava, aí eu não lembro bem, o importante é os dois versos em ava, ascendentes, e depois o descendente enterrou, breve pausa, o figo etc.
e o fantástico causo da gravidez fingida que a madrasta usara para conquistar o pai, difarsando a barriga em lençóis. Quando o pai descobre a filha, descobre junto a barriga, começa a puxar os lençóis e a madrasta vai embora puxando lençóis que nunca acabam, terminando louca. Segundo minha avó, todo o enxoval da casa era dos lençóis que a louca deixou na rua (principalmente o que eu estivesse enrolado).


Taí, lembrei.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Naninha

Certa veiz um certo prinspe
paxonô-se prua donzela
intiada de um rei
lá do rêno de Castela
mala sorte a qui li foi
moreeno de amô pru ela
pru modi das Arma o rei
li negô intão a mão dela
umbuçado cum um velo
com o semblante ocultado
pelas porta do castelo
mindingava paxonado
té qui um dia essa princeza
desceu feito um Sarafim
ele intonce pidiu ela
que li insinasse o camin
rompe mais Naninha
mais um bucadin
vê qui o pobre cego
nun inxerga o camin
vê meu peito sua
ó siora mia
pela sina tua
triste sina é a mia
de vivê atôa
de pená assim
eu só sem Naninha
e Naninha sem mim
olha pra lagoa
tua camaria
vê o lençol qui a lua
teceu pra Naninha
nessa noite tua
tu serás só mia
junto da lagoa
ó noiva do céu
amada perdoa
sou o princ'pe teu

sexta-feira, 5 de março de 2010

la pregunta

Não se começa uma escrita por um pronome oblíquo, eis uma frase de começo. Me inclinava a escrever sobre ser aluno do IHAC, mas tenho outras preocupações na vida, escreverei se sobrar espaço. Imaginemos uma situação conjugal. Alguém tem uma esperança, e se vê frustrado pelo outro, embora possa pósmodernisar e atribuir as suas reações à culpa cristã, à piedade brasileira, ao clientelismo, ao paternalismo, ao WLF.

Aí vem um diálogo: Tá chatead@? Não. Eu fiz alguma coisa? Nada não. Tá chateda@, eu fiz alguma coisa. Nada não.

Aí vem um silêncio.

Aí vem outro diálogo: Tô zangad@, fiz alguma coisa, você tá chated@ e eu não sei porquê, se você não me diz eu não possso melhorar e você precisa me dizer a verdade. Nada não.

A convicção não é pósmoderna, mas a autoreflexão é permanentemente moderna. Quero dizer, embora todas as fraquezas sejam do nosso tempo, ainda é possível que alguém repasse as questões relevantes e irrelevantes antes e depois daquele bico de zanguei, e veja se as coisas estão como planejadas. Esse lance de eu não sei o que eu fiz do diálogo comigo se traduz por eu não fiz nada que mereça esse bico, nada que não estivesse planejado, nada sem o seu consentimento. O problema aqui, entre os indivíduos sujeitos dessa conversa, é ter de explicar as suas frustrações. Porque no discurso contemporâneo a fala é auto contemporizadora, a explicação seria Eu entendo que você tenha esta vontade, mas. Para a posição do explicantes, a retórica inicial enfraquece os argumentos, fragiliza. Homem ou mulher, a discussão sai do objeto para a própria discussão. Então é isso? e o diálogo será para validar o motivo, a iniciativa e as estratégias de diálogo. Não a frustração.

Por quê, se assim fosse, o sentimento teria sido o incômodo desejo de dizer algo com franqueza e calma, como Não deixa a toalha molhada na cama. Não é toalha.
Padrões sociais de convivência. Sheldon I miss you.


Parte II

Ser aluno de BI. Em breve não serei-lo-lo, por vida doçura e esperança nossa. Quer dizer, porque tenho que fazer outra coisa. Tem alguma coisa que me chama atenção:
Eis as notícias dos últimos dias.

* Grupo de pesquisa seleciona bailarinos (as)
* Reitor realiza palestra na II Sacci
* IHAC aprova criação de Cátedra Milton Santos
* Palestra sobre cinema atrai estudantes
* Alunos veteranos recepcionam calouros do IHAC na II Sacci
* Grupo Poéticas Tecnológicas apresenta espetáculo no dia 25
* Atenção calouros: saiba como ter acesso ao SIAC
* Leia a carta de boas vindas da direção aos alunos do IHAC
* Professora do IHAC participa de encontro no Paraguai
* Congregação Ampliada realiza primeira reunião do ano
* Reitor convida aluno do BI de Artes para tocar “hino do IHAC” na aula inaugural
* Maioria dos professores substitutos do IHAC tem doutorado e/ou mestrado
* Diretor integra novo conselho do governo do Estado
* IHAC prepara II Sacci para recepcionar os estudantes
* UFBA abre o semestre com duas aulas magnas na reitoria
* Trabalhos para o VI Enecult devem ser submetidos até dia 12 de março
* Abertas as inscrições para intercâmbio estudantil nos EUA
* Curso sobre Ordem Mundial Contemporânea atrai 120 pessoas ao IHAC
* Professores do IHAC publicam artigos sobre o Carnaval de Salvador
* Confira o resultado da seleção de professores substitutos
* Aluno do IHAC conta as suas experiências na caravana pela América Latina
* Alunos do IHAC criam grupo de teatro
* IHAC ganha quatro novos funcionários
* Coordenador acadêmico do IHAC volta a tocar na banda brincando de deus
* Empreendedorismo vira tema de componente curricular do IHAC
* FAPESB lança edital para publicações científicas e tecnológicas
* Melhora a infra-estrutura do IHAC
* BI em Saúde apresenta duas propostas de áreas de concentração
* Projeto arquitetônico do prédio do IHAC é apresentado à Congregação
* IHAC aprova mais uma área de concentração: artes e tecnologias contemporâneas
* Estudantes podem criar cadastro para ter acesso à internet
* IHAC aprova três primeiras áreas de concentração dos BIs
* Estudantes do IHAC já podem estagiar via CIEE
* Saiba como obter os benefícios da Proae
* Saiba como ter acesso ao serviço médico da UFBA

Sou só eu, ou tem uma espécie de narrativa clipping, tipo RP de ex-bbb?

Minha experiência. Onde tem IHAC, colei BAMBAM, o 1º da raça (19 ocorrências):

* BAMBAM aprova criação de Cátedra Milton Santos
* Alunos veteranos recepcionam calouros do BAMBAM na II Sacci
* Leia a carta de boas vindas da direção aos alunos do BAMBAM
* Professora do BAMBAM participa de encontro no Paraguai
* Reitor convida aluno do BI de Artes para tocar “hino do BAMBAM” na aula inaugural
* Maioria dos professores substitutos do BAMBAM tem doutorado e/ou mestrado
* BAMBAM prepara II Sacci para recepcionar os estudantes
* Curso sobre Ordem Mundial Contemporânea atrai 120 pessoas ao BAMBAM
* Professores do BAMBAM publicam artigos sobre o Carnaval de Salvador
* Aluno do BAMBAM conta as suas experiências na caravana pela América Latina
* Alunos do BAMBAM criam grupo de teatro
* BAMBAM ganha quatro novos funcionários
* Coordenador acadêmico do BAMBAM volta a tocar na banda brincando de deus
* Empreendedorismo vira tema de componente curricular do BAMBAM
* Melhora a infra-estrutura do BAMBAM
* Projeto arquitetônico do prédio do BAMBAM é apresentado à Congregação
* BAMBAM aprova mais uma área de concentração: artes e tecnologias contemporâneas
* BAMBAM aprova três primeiras áreas de concentração dos BIs
* Estudantes do BAMBAM já podem estagiar via CIEE

Segunda etapa - estudante, professor, diretor e reitor foram substituidos por brother:

* Brother realiza palestra na II Sacci
* BAMBAM aprova criação de Cátedra Milton Santos
* Palestra sobre cinema atrai brothers
* brothers recepcionam brothers do BAMBAM na II Sacci
* Atenção brothers: saiba como ter acesso ao SIAC
* Leia a carta de boas vindas do brother aos brothers do BAMBAM
* Brother do BAMBAM participa de encontro no Paraguai
* Brother convida brother do BI de Artes para tocar “hino do BAMBAM” na aula inaugural
* Maioria dos brother substitutos do BAMBAM tem doutorado e/ou mestrado
* Brother integra novo conselho do governo do Estado
* BAMBAM prepara II Sacci para recepcionar os brothers
* UFBA abre o semestre com duas aulas magnas na brotheria
* Curso sobre Ordem Mundial Contemporânea atrai 120 pessoas ao BAMBAM
* Brothers do BAMBAM publicam artigos sobre o Carnaval de Salvador
* Confira o resultado da seleção de brother substitutos
* Aluno do BAMBAM conta as suas experiências na caravana pela América Latina
* Alunos do BAMBAM criam grupo de teatro
* BAMBAM ganha quatro novos brothers
* Coordenador acadêmico do BAMBAM volta a tocar na banda brincando de deus
* Empreendedorismo vira tema de componente curricular do BAMBAM
* Melhora a infra-estrutura do BAMBAM
* Projeto arquitetônico do prédio do BAMBAM é apresentado à Congregação
* BAMBAM aprova mais uma área de concentração: artes e tecnologias contemporâneas
* Brothers podem criar cadastro para ter acesso à internet
* BAMBAM aprova três primeiras áreas de concentração dos BIs
* Brothers do BAMBAM já podem estagiar via CIEE

Então, jornalismo, RP, idéia do que é notícia e do que é número: Perrrrdéu. A idéia geral pode ser de informar, mas o efeito é criar uma aura vezda, uma capa, uma camada de informações que dizem que a coisa está viva e operante, mantém o assunto no ar. Isso é próprio da escola pública ou só da Universidade Nova? vide os 400 golpes , 440 componentes curriculares saídos de não sei que conta. Se não ouso criticar nada mais do meu antigo e novo espaço acadêmico, com isso aí eu não simpatizo, primo, porque dá lugar a um certo partidarismo, um certo vazio de propósito. Secondo, por que desvia da lenta reflexão para o afogamento de evidências de uma realidade que se deseja construir. Tercio, porque é notícia ruim.

segunda-feira, 1 de março de 2010

O Navio Negreiro

E eis que às 06:30 da manhã, vindo pra cá e lembrando Joaquim Nabuco:

Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."

E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...


Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!

Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...

São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .

São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.

Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... adeus!...

Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...

Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...

Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...

Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!

Que a brisa do Brasil beija e balança...
Que a brisa do Brasil beija e balança,

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

suite

Consolo Na Praia ____ ____O velho e a flor
Drummond ____ ____Vinícius/Toquinho

Vamos, não chores. ________Por céus e mares eu andei
O amor é o carinho ________ Vi um poeta e vi um rei
A infância está perdida. ____Na esperança de saber o que é o amor
A mocidade está perdida. ________ Ninguém sabia me dizer
Mas a vida não se perdeu. ________E eu já queria até morrer

O primeiro amor passou. ____ Quando um velhinho com uma flor
O segundo amor passou. ____assim falou:
O terceiro amor passou. ____É o espinho que não se vê em cada flor
Mas o coração continua. _________ É a vida quando
Perdeste o melhor amigo._________Chega sangrando

Não tentaste qualquer viagem. ____Aberta em pétalas de amor
Não possuis carro, navio, terra.__________(cantar lendo o poema)
Mas tens um cão.

Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?

A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.

Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

CONTRA MOINHOS DESDE FAZ TEMPO

Prezada Sra.

Ao perceber uso inadequado e indevido do domínio www.__ba.br, procurei imediatamente os possíveis responsáveis e competentes para que esclarecessem a celeuma formada em minha cabeça, sobretudo face à minha percepção da realidade de haver uma pagina pessoal com registro em um servidor de propriedade da UNIÃO. Para tanto, utilizei o ____, veículo de comunicação que considero legitimado por englobar as diversas perspectivas que se formam em nós na discussão democrática da realidade cada dia mais surreal em que vivemos.

Ainda hoje pude encontrar uma das professoras ligadas à YYY, que me pediu esclarecimentos por eu ter solicitado esclarecimentos àquela coordenação(!), com a qual o Sr. XXX, ou XXX simplesmente, como queira, não mantém, segundo a professora, vínculos de qualquer espécie. A
professora esclarece que a YYY vincula à página institucional do __ os conteúdos de seu interesse e não promove a criação de páginas pessoais e esclarece ainda que nenhum dos projetos citados pelo Sr. XXX é vinculado à Pós Graduação do __.

Tendo recebido a sua mensagem, notei que a Sra. se preocupou em demonstrar que a existência da ‘página pessoal’ do Sr XXX não é criminosa, nem configura corrupção nem favorecimentos. Antes, preenche interesse do __. Apresso-me em dizer que não foi e nem é minha intenção questionar a validade da contribuição científica apresentada na forma de notas de aulas e trabalhos, entre outras. Como disse à professora com quem falei mais cedo, aos colegas da empresa Junior de administração, aos colegas que convivem com a produção científica e ao
Prof. ABC, por meio do ____, minha preocupação diz respeito à existência de uma página pessoal farta de diretórios, enquanto a produção científica e a comunidade acadêmica utilizam os recursos dos servidores com tantas restrições.

Não poderia saber que a __ teria promovido a hospedagem da pagina do Sr. XXX quando as normas de uso da ____ publicadas por essa coordenação dizem, em capítulo específico às “Paginas www”, que:

1 - Para hospedar uma página de projeto institucional, um dos servidores
envolvidos no projeto deve apresentar uma proposta de página a __.
(...) os servidores poderão hospedar páginas associadas a projetos
institucionais, coordenadorias de cursos e páginas referentes às
disciplinas, que além de seguirem as regras abaixo, deverão,
"obrigatoriamente, possuir o mesmo layout da página da instituição"
2 - O endereço da página terá o formato
www.__ba.br/projetos/nomedoprojeto e o endereço eletrônico terá o
formato nomedoprojeto@__ba.br O servidor que apresentou a proposta
será o responsável pela conta. A __ dará o suporte técnico para a
produção da página, entretanto não se responsabilizara pela criação ou
manutenção da mesma. Este serviço não poderá ser utilizado para fins
comerciais;
3 - Para hospedar uma página de coordenadoria de curso (...) O endereço da
página terá o formato www.__ba.br/areas/nomedaarea e o endereço
eletrônico terá o formato nomedaarea@__ba.br O coordenador será o
responsável pela conta.
4 - Para hospedar uma página de disciplina, o professor deve apresentar
uma proposta de página para a __. (...)O endereço da página terá o
formato www.__ba.br/disciplinas/nomedadisciplina e o endereço
eletrônico terá o formato nomedadisciplina@__ba..br O professor será
o responsável pela conta. A __ dará o suporte técnico para a produção
da página, entretanto não se responsabilizará pela criação ou manutenção
da mesma. Este serviço não poderá ser utilizado para fins comerciais.

Diz ainda, em referência às diretrizes de uso da rede: “os recursos devem ser empregados de forma parcimoniosa, respeitando o espírito comunitário do __;”

Dessa forma, continuo considerando indevido e prejudicial o uso do servidor na forma de página pessoal. Trata-se de coisa pública com finalidade acadêmica e administrativa, não pessoal. A ninguém é dada a prerrogativa de fazê-lo de forma diferenciada, como é o caso, considerando
o que diz o regulamento em relação aos departamentos e coordenações. Até o momento não encontrei nenhuma outra página pessoal no formato da do Sr. XXX, e acredito que não vou encontrar, nem no __ba.br nem em outras autarquias, claro é o equívoco de tal situação. Por isso é que não aceito que sejam feridas a igualdade, a responsabilidade para com o desenvolvimento humano e social e a seriedade da produção acadêmica em nossa instituição.

Faço votos de que o Sr. XXX continue representando um apoio para essa coordenação, pelo que solicito, como membro da comunidade acadêmica, que os recursos do __ sejam usados na forma que a própria __ estabelece como regra, para que o que se considera apoio não resulte em descrédito e desconfiança.

Quanto à minha paixão pelo __, não gostaria que fosse ela a peneira com que viessem tapar o Sol sobre minha cabeça. Escolhendo esta instituição para desenvolver a minha Graduação, assumo também o dever e o compromisso de colaborar para que o seu bom nome seja zelado até o último momento de minha vida profissional, e isso só será suficiente se eu concordar em ser pequeno. Para ser grande, como diz o meu amigo Português, é preciso ser inteiro. Temos que cuidar, ser diligentes, fiscais de nós mesmos e dos reflexos dos nossos atos. Espero contar com a colaboração da __ ao desenvolver projetos de relevância para a instituição ou se por acaso, vier a compor o seu quadro administrativo. Entretanto, dispenso os seus préstimos para manutenção de página pessoal em meu nome. Isso pode ser feito junto a um servidor particular como o yahoo, o vilabol, entre muitos outros, na forma de websites, blogs, flogs, perfis etc.

Recomendo que os estudantes de Administração visitem a pagina do Sr. XXX na forma em que ela se encontra agora, na certeza de que aprenderão muito sobre tecnologias da informação, objeto de estudo do nosso curso em três disciplinas, Direito e Legislação Social, objeto de estudo do nosso curso em disciplina específica e, sobretudo, sobre organizações informais, Administração Pública e controle dos recursos de uma organização.

Insistentemente,
Pedro Laurentino

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Kassin+2 água

eu vou ficar aqui torcendo para tudo melhorar
eu juro que vou, e sei que vai passar o seu rancor
o sangue não se torna água

eu vou ficar aqui torcendo pra você se recuperar
eu vou ficar, sim, cantando pra você ninar
eu quero que tudo melhore

pa pa pa pa...

calma, tenha calma, ninguém pode viver assim
calma, tenha calma, que o mundo não tem fim




Kassin + 2 - água

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010


José de Ribera, San Sebastian 1651 - Museo Thyssen, MAdrid, Porta de Neptuno, Paseo del Prado.

Ontem, mais um ano, mais um dia, mais uma ausência: três batalhas tremendas. É como um grande exílio domiciliar, como o Abstinêncio que não sai mais à rua, como o Marianinho que não volta a Luar-do-Chão, como nós, que não vamos mais em casa.


"Terça-feira, Janeiro 20, 2009 ::: "
Eu dizia em 2006, e mais uma vez:

São Sebastião crivado de flechas, meu menino padroeiro, a ti damos louvores, Grande Mártir!!!
É assim que cantamos lá em casa e a voz de Tia Cé é a única que minha memória guarda, onde quer que eu esteja.
Bem aventurados os que choram, porque serão consolados!







A ti Santo hoje damos louvores
Grande Mártir São Sebastião
Que na terra enfrentastes horrores
Indo a Glória reinar em Sião.

Três batalhas tremendas vencestes;
a bastança, a grandeza, o prazer.
Três triunfos que bem merecestes,
Tríplice Glória que sempre hás de ter

Protetor desta terra querida,
vem livrar-nos dos flagelos mortais.
Dai-nos paz pura e santa vida
Para a Glória reinar imortal.


"Segunda-feira, Janeiro 19, 2009 :::"

Minha Terra Tem Palmeiras


Não queria dizê-lo tão brevemente, assim de letra corrida e recado sem portador, mas me conhecendo bem, pensando em tudo
como estou pensando agora, não há remédio. É amanhã o dia glorioso de São Sebastião, meu coração já conformado escuta
a procissão dizendo "também sou teu povo, Senhor, estou nesta estrada"... povo de Deus rico de nada, lhes bastava Deus.
Quando os foguetes estourarem, eu queria estar naquela fila peregrina, agradecendo e abraçando, sem nada pedir. Eu queria
repetir a tríplice glória do nosso santo padroeiro e silenciar para ouvir as notas subindo as escadas da igreja, queria
ter estado lá desde muito antes para ir preparando tudo, rezando a novena, brincando as festas. A vida é assim. Venceremos,
já me diz Batista, venceremos.

Mas eu queria, porque na multidão que segue o andor eu poderia ir sem a vergonha que me dá de
já não saber os nomes e não reconhecer a todos, e eu poderia ir ali oculto e me sentindo em casa mais uma vez. Eu ia explicando
tudo a Michele e deixando ela perguntar pra eu me sentir Olímpico e sabidão. Não vai dar, mais esse ano e a gente aqui distante
de tudo, sem notícia de leilão nem de nêga de fogo nem de tanque grande nem de nada, como se essas coisas primordiais da
natureza não fizessem girar o mundo e não segurassem o céu sobre as nossas cabeças. Venceremos.


terça-feira, 19 de janeiro de 2010

por que olhar?

Porque ouvi Simão no deserto
para saber que ainda tô vivo
porque dança a linha do quadril
E contra o sol desenha-se Isis nas areias

Porque descendo de Salomão em toda sua glória
para alimentar o cinema em minha mente
para imaginar você sofrendo
E O Caso do Vestido sem as filhas

Porque brilha o louro pêlo
porque curva a linha
porque suave enterra-se o umbigo
E baila a saia com o vento

Para salvar Eva da serpente
e ir ter com Adão no Paraiso
para alegrar-me de haver ja escolhido
para comemorar sua companhia

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010


Antes que eu me esqueça, Feliz Ano Novo, espero que o Natal tenha sido bom. Como a tradição lá onde eu roubei a foto manda, faço votos de um ano porreta, cheio de promessas cumpridas, palavras honradas, metas alcançadas, desafios vencidos e beijos de amor. Bom, hein?

L'amour c'est comme un jour, il fait ça, il fait ça, l'amour! heheh roubei do aznavour e de Leslie de Gouville, a foto dela, a música dele.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Das duas, Uma

Das duas, uma
Ou será pluma
Ou será pedra e pesará
Se forem hábeis e sábios e sãos
Serão amáveis e tempo terão
Pra fazer da vida a dois
Dois chumaços de algodão
E os frágeis cristais
Das aventuras
Encontrarão proteção e, quem sabe, quebrarão jamais.

Se porventura
A vida dura
Lhes for madrasta e voraz
Sejam capazes, audazes e bons
Façam das pazes noturnos bombons
E os percalços naturais
Farão parte da canção
Serão tropeços
E recomeços
Um a cada vez, cada mês
E vocês se acostumarão


Do generoso Gil para sua filha no altar, num casamento em que a imprensa anunciou doces e detalhes, mas não viu essa jóia.

A Raça humana é uma semana do trabalho de Deus.
Contar das maravilhas, quero dizer que a linha do dorso da menina é mais que uma semana, é inquietação que Deus teve por milênios e havia esquecido e teve que refazer o homem por que se lembrou que tinha de ter aquela linha em S várias vezes desenhada ali. O homem tem acres, dúvidas, temores. A linha do dorso da menina é aquela maravilha.

Atenção para a nova segunda cantada de Esotérico. O que nada, que não sabe nadar, que morre afogada por mim ganhou outro sentido. atenção.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Número Um

Passaste hoje ao meu lado
Vaidosa, de braço dado
Com outro que te encontrou
E eu relembrei comovido
O velho amor esquecido
Que o meu destino arruinou
Chegaste na minha vida
Cansada, desiludida
Triste, mendiga de amor
E eu, pobre, com sacrifício
Fiz um céu do teu suplício
Pus risos na tua dor
Mostrei-te um novo caminho
Onde com muito carinho
Levei-te numa ilusão
Tudo porém foi inútil
Eras no fundo uma fútil
E foste de mão em mão
Satisfaz tua vaidade
Muda de dono à vontade
Isso em mulher é comum
Não guardo frios rancores
Pois entre os teus mil amores
Eu sou o número um

Minha irmã me fez saudade de Mário Lago, e eu fui descobrir que ele compôs Nada Além e essa aí, além das marchas (Aurora), dos sambas (Amélia) e das outras. É bom ter irmã. Ela disse que Dalva parece com Piaf, eu lembrei das folhas mortas, deu saudade. há de.