Mostrando postagens com marcador estudando. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador estudando. Mostrar todas as postagens
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Reta Final
Alô você que chegou no capítulo final da dissertação: entre a pesquisa de campo in the middle of the carnaval e o fim de fevereiro que estoura o prazo, tudo vai dar certo.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
tu procrastinas, ele procrastina
E agora que eu venci a procrastinação e o torcicolo, some minha caneta da sorte.
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
eu procrastino, tu procrastinas...
Então eu tenho que escrever isso; é difícil definir o que é turismo. Amplamente, é o deslocamento de pessoas para lugares diferentes dos de moradia, para conhecê-los ou realizar atividades de lazer, de negócios ou culturais. Por cima, bem por cima. Se definir o turismo assim é difícil, como definir o turista? Aquele que sai do seu local de residência para fazer turismo. Mas quanto ele sai, por quanto tempo? Visitar um parente em Mossoró é turismo? Quase não é, mas pode ser.
Em geral, o turista é colocado lado a lado com o visitante e com o viajante. O visitante é aquele que passa menos de 24 horas e acaba não contando para a estatística. O viajante, por outro lado, é aquele que considera estar em um contato menos rtificial com o lugar do que o turista, que pretende relacionar-se com as pessoas do local, ou conhecer melhor a importância histórica, ou a relevância da viagem do que o turista. Visto pelo viajante, o turista é um superficial alienado.
Mas viajante e turista acabam compartilhando vícios de viagem (importar-se comente com o destino final, por exemplo) ou meios de transporte ou hospedagem. A diferença entre elas, no final, é inteiramente subjetiva.
É isso que eu tenho que escrever.
Em geral, o turista é colocado lado a lado com o visitante e com o viajante. O visitante é aquele que passa menos de 24 horas e acaba não contando para a estatística. O viajante, por outro lado, é aquele que considera estar em um contato menos rtificial com o lugar do que o turista, que pretende relacionar-se com as pessoas do local, ou conhecer melhor a importância histórica, ou a relevância da viagem do que o turista. Visto pelo viajante, o turista é um superficial alienado.
Mas viajante e turista acabam compartilhando vícios de viagem (importar-se comente com o destino final, por exemplo) ou meios de transporte ou hospedagem. A diferença entre elas, no final, é inteiramente subjetiva.
É isso que eu tenho que escrever.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
de poeta
Ambiciono, secretamente, um verso elástico.
O canto inútil que grude a língua, tão fácil
Que o povo cante, repita, se canse, repita
Elaboro, silenciosamente, o verso grave
Denúncia inaceitável, de tão dura
Que o povo cante, repita, se canse, repita.
O canto inútil que grude a língua, tão fácil
Que o povo cante, repita, se canse, repita
Elaboro, silenciosamente, o verso grave
Denúncia inaceitável, de tão dura
Que o povo cante, repita, se canse, repita.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
estudando gripado - observações fúteis
Tô escrevendo isso -
“Um lugar é a ordem (seja qual for) segundo a qual se distribuem elementos nas relações de coexistência”. Assim, um elemento estaria em relação a outro, “portanto excluída a possibilidade, para duas coisas, de ocuparem o mesmo lugar”, define Certeau (p. 201). Uma vez que o lugar se torna uma configuração de posições, o espaço, por sua vez, “existe quando se tomam em conta vetores de direção, quantidade de velocidade e a variável tempo”. (CERTEAU, p. 202).
As operações, portanto, é que transformam as localizações em cruzamentos e lhe dão contexto significativo. Enquanto cada lugar é estável, o espaço é ambíguo, modificado pelas transformações sucessivas, aponta Certeau, “como a palavra quando falada”. Assim, Certeau pode afirmar: “Em suma, o espaço é um lugar praticado” (p. 202).
É na análise de Merleau-Ponty que Certeau busca apoio para sua tese, indicando que o “espaço geométrico descrito por ele corresponde ao “lugar”, enquanto ao “espaço antropológico” corresponde outra espacialidade mais propícia ao espaço construído no cotidiano, e também nos relatos que incessantemente efetuam o trabalho de transformar lugares em espaços ou espaços em lugares.
Ciente dessa terminologia, Augé (1994) constrói sua proposição do lugar antropológico:
O lugar, como o definimos aqui, não é em absoluto o lugar que Certeau opõe ao espaço, como a figura geométrica ao movimento, a palavra calada à palavra falada, ou o estado ao percurso: é o lugar do sentido inscrito e simbolizado, o lugar antropológico. (ver como é, p. 76)
Augé (1994) considera que a noção corrente de espaço ligada à conquista espacial ou aos lugares “desqualificados ou pouco qualificáveis” como os espaços-lazer ou espaços-jogos o coloca em melhor condição de designar as superfícies não simbólicas do planeta. Uma vez que o termo espaço se aplicaria indiferentemente a extensão, distâncias ou grandezas temporais, como mostrado anteriormente, ele se torna eminentemente abstrato, no dizer de Augé, embora de uso sistemático e pouco diferenciado.
Por espaço aéreo, espaço judiciário e espaço publicitário são designados a parte da atmosfera que um Estado controla, o conjunto institucional e normativo utilizado por uma sociedade e uma porção de superfície ou de tempo destinado à publicidade, aponta Augé, acrescentando que o termo espaço ainda pode evocar salas de espetáculo ou de encontro, jardins, assentos de avião ou modelos de automóveis, o que indicaria tanto a sua voga quanto a abstração que o esvazia “como se os consumidores de espaço contemporâneo fossem, antes de mais nada, convidados a se contentar com palavras.” (1994, p.78).
Assim, em O sentido dos outros, Augé (1999) define o lugar antropológico como sendo “o lugar do ‘em casa’, o lugar da identidade partilhada, o lugar comum àqueles que, ao habitá-lo juntos, são identificados como tais por aqueles que nele não o habitam” (p. 134). É ainda “simultaneamente princípio de sentido para aqueles que o habitam e princípio de inteligibilidade para quem os observa” (AUGÉ, 1994, p. 51).
Sua escala é variável, podendo ser a casa, a choupana, a aldeia ou “tantos lugares cuja análise faz sentido, porque foram investidos de sentido, e porque cada novo percurso, cada reiteração trivial, conforta-os e confirma sua necessidade” (AUGÉ, 1994, p.51).
Os lugares antropológicos são identitários, relacionais e históricos – definem possibilidades, prescrições e proibições de conteúdo espacial e social. Nascer é nascer num lugar, ser designado à residência – o lugar de nascimento é constitutivo da identidade individual; Relacional porque coexiste entre construções partilhadas de lugar; Por fim, o lugar antropológico é necessariamente histórico a partir do momento em que, conjugando identidade e relação, se define por uma estabilidade mínima, baseada não na história enquanto ciência, mas na relação com os antepassados, com os mortos e com a tradição. “O habitante do lugar antropológico não faz história, vive na história”, diz Augé (1994, p.53).
Em suma, o lugar antropológico corresponde à idéia que os habitantes têm da sua “relação com o território, com seus próximos e com os outros”, definindo assim um contexto constitutivo partilhado entre define usos, valores e comportamentos. Sua formulação por Marc Augé (1994, 1999) o aproxima dos espaços de Certeau (ver o ano certo) no que podem ter de prática, de uso e de escrita do lugar.
Se um lugar pode se definir como identitário, relacional e histórico, um espaço que não pode se definir nem como identitário, nem como relacional, nem como histórico definirá um não lugar (p. 73)
--
e tenho que continuar com o texto.
Mas paro pra observações fúteis:
1 - sobre o deputado que devolveu o dinheiro: minha gente, se ele devolve o dinheiro, a bufunfa vai pra conta do tesouro e se reintegra ao orçamento no ano que vem. Então, esse dinheiro ainda pode virar metrô fantasma ou a Usina de Belo Monte.
O que eu espero é que, sem viajar, sem assessores, sem auxílio fardão, ele ainda consiga ser producente e fazer mais que escolher feriados insanos ou nome de escolas. Aguardo.
2 - Se o quebra-pau de London London fosse na cidade maravilhosa, hein?
3 - Saudades de Jorge Amado são sentidas e merecidas, mas o que é o fardão de Roberto Marinho na ABL?
4 - Quem quiser viver muito não ande em Fazenda Grande do Retiro domingo de noite. Avisado.
5 - QUEM É CAF?
“Um lugar é a ordem (seja qual for) segundo a qual se distribuem elementos nas relações de coexistência”. Assim, um elemento estaria em relação a outro, “portanto excluída a possibilidade, para duas coisas, de ocuparem o mesmo lugar”, define Certeau (p. 201). Uma vez que o lugar se torna uma configuração de posições, o espaço, por sua vez, “existe quando se tomam em conta vetores de direção, quantidade de velocidade e a variável tempo”. (CERTEAU, p. 202).
As operações, portanto, é que transformam as localizações em cruzamentos e lhe dão contexto significativo. Enquanto cada lugar é estável, o espaço é ambíguo, modificado pelas transformações sucessivas, aponta Certeau, “como a palavra quando falada”. Assim, Certeau pode afirmar: “Em suma, o espaço é um lugar praticado” (p. 202).
É na análise de Merleau-Ponty que Certeau busca apoio para sua tese, indicando que o “espaço geométrico descrito por ele corresponde ao “lugar”, enquanto ao “espaço antropológico” corresponde outra espacialidade mais propícia ao espaço construído no cotidiano, e também nos relatos que incessantemente efetuam o trabalho de transformar lugares em espaços ou espaços em lugares.
Ciente dessa terminologia, Augé (1994) constrói sua proposição do lugar antropológico:
O lugar, como o definimos aqui, não é em absoluto o lugar que Certeau opõe ao espaço, como a figura geométrica ao movimento, a palavra calada à palavra falada, ou o estado ao percurso: é o lugar do sentido inscrito e simbolizado, o lugar antropológico. (ver como é, p. 76)
Augé (1994) considera que a noção corrente de espaço ligada à conquista espacial ou aos lugares “desqualificados ou pouco qualificáveis” como os espaços-lazer ou espaços-jogos o coloca em melhor condição de designar as superfícies não simbólicas do planeta. Uma vez que o termo espaço se aplicaria indiferentemente a extensão, distâncias ou grandezas temporais, como mostrado anteriormente, ele se torna eminentemente abstrato, no dizer de Augé, embora de uso sistemático e pouco diferenciado.
Por espaço aéreo, espaço judiciário e espaço publicitário são designados a parte da atmosfera que um Estado controla, o conjunto institucional e normativo utilizado por uma sociedade e uma porção de superfície ou de tempo destinado à publicidade, aponta Augé, acrescentando que o termo espaço ainda pode evocar salas de espetáculo ou de encontro, jardins, assentos de avião ou modelos de automóveis, o que indicaria tanto a sua voga quanto a abstração que o esvazia “como se os consumidores de espaço contemporâneo fossem, antes de mais nada, convidados a se contentar com palavras.” (1994, p.78).
Assim, em O sentido dos outros, Augé (1999) define o lugar antropológico como sendo “o lugar do ‘em casa’, o lugar da identidade partilhada, o lugar comum àqueles que, ao habitá-lo juntos, são identificados como tais por aqueles que nele não o habitam” (p. 134). É ainda “simultaneamente princípio de sentido para aqueles que o habitam e princípio de inteligibilidade para quem os observa” (AUGÉ, 1994, p. 51).
Sua escala é variável, podendo ser a casa, a choupana, a aldeia ou “tantos lugares cuja análise faz sentido, porque foram investidos de sentido, e porque cada novo percurso, cada reiteração trivial, conforta-os e confirma sua necessidade” (AUGÉ, 1994, p.51).
Os lugares antropológicos são identitários, relacionais e históricos – definem possibilidades, prescrições e proibições de conteúdo espacial e social. Nascer é nascer num lugar, ser designado à residência – o lugar de nascimento é constitutivo da identidade individual; Relacional porque coexiste entre construções partilhadas de lugar; Por fim, o lugar antropológico é necessariamente histórico a partir do momento em que, conjugando identidade e relação, se define por uma estabilidade mínima, baseada não na história enquanto ciência, mas na relação com os antepassados, com os mortos e com a tradição. “O habitante do lugar antropológico não faz história, vive na história”, diz Augé (1994, p.53).
Em suma, o lugar antropológico corresponde à idéia que os habitantes têm da sua “relação com o território, com seus próximos e com os outros”, definindo assim um contexto constitutivo partilhado entre define usos, valores e comportamentos. Sua formulação por Marc Augé (1994, 1999) o aproxima dos espaços de Certeau (ver o ano certo) no que podem ter de prática, de uso e de escrita do lugar.
Se um lugar pode se definir como identitário, relacional e histórico, um espaço que não pode se definir nem como identitário, nem como relacional, nem como histórico definirá um não lugar (p. 73)
--
e tenho que continuar com o texto.
Mas paro pra observações fúteis:
1 - sobre o deputado que devolveu o dinheiro: minha gente, se ele devolve o dinheiro, a bufunfa vai pra conta do tesouro e se reintegra ao orçamento no ano que vem. Então, esse dinheiro ainda pode virar metrô fantasma ou a Usina de Belo Monte.
O que eu espero é que, sem viajar, sem assessores, sem auxílio fardão, ele ainda consiga ser producente e fazer mais que escolher feriados insanos ou nome de escolas. Aguardo.
2 - Se o quebra-pau de London London fosse na cidade maravilhosa, hein?
3 - Saudades de Jorge Amado são sentidas e merecidas, mas o que é o fardão de Roberto Marinho na ABL?
4 - Quem quiser viver muito não ande em Fazenda Grande do Retiro domingo de noite. Avisado.
5 - QUEM É CAF?
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Espaço-lixo
O coelho é a nova carne de vaca… Porque detestamos o utilitário, condenámo-nos a uma imersão por toda a vida no arbitrário… LAX [Aeroporto de Los Angeles]: orquídeas de boas-vindas – possivelmente carnívoras – no balcão do check-in… A «identidade» é a nova comida lixo dos deserdados, o pasto da globalização para os privados de direitos… Se o lixo espacial são os resíduos humanos que conspurcam o universo, o espaço lixo é o resíduo que a Humanidade deixa sobre o planeta. O produto construído (voltaremos a este caso mais adiante) da modernização não é a arquitectura moderna, mas antes o espaço-lixo. O espaço-lixo é o que resta depois da modernização seguir o seu curso, ou mais concretamente o que se coagula enquanto a modernização está em marcha, o seu resíduo. A modernização tinha um programa racional: partilhar as bênçãos da ciência, universalmente. O espaço-lixo é a sua apoteose ou a sua fusão. Embora cada uma das suas partes seja o resultado de inventos brilhantes, lucidamente planeados pela inteligência e potenciados por computação infinita, a sua soma augura o fim do Iluminismo, a sua ressurreição como uma farsa, um purgatório desvalorizado… O espaço-lixo é a soma total do nosso êxito actual; construímos mais do que todas as gerações anteriores juntas, mas de certo modo não nos registamos nas mesmas escalas. Nós não deixamos pirâmides. De acordo com o novo Evangelho da fealdade, há já mais espaço-lixo em construção no século XXI do que o que sobreviveu no século XX… Foi um equívoco inventar a arquitectura moderna para o século XX. A arquitectura desapareceu no século XX; temos estado a ler uma nota de pé de página com um microscópio, na esperança que se transforme num romance; a nossa preocupação com as massas impediu-nos de ver a Arquitectura do Povo.
- Rem Koolhas
(excerto inicial do texto Espaço-lixo, traduzido por Luís Santiago Baptista para a Editorial Gustavo Gili – Rem Koolhas, Três textos sobre a cidade, 2010)
- Rem Koolhas
(excerto inicial do texto Espaço-lixo, traduzido por Luís Santiago Baptista para a Editorial Gustavo Gili – Rem Koolhas, Três textos sobre a cidade, 2010)
Assinar:
Postagens (Atom)