Este vai ser um post longo.
1)
para Chico Buarque Letra e Música - 1989
Carta ao Chico
Chico Buarque meu herói nacional
Chico Buarque gênio da raça
Chico Buarque salvação do Brasil
A lealdade, a generosidade, a coragem.
Chico carrega grandes cruzes, sua estrada é uma subida pedregosa.
Seu desenho é prisco, atlético, ágil, bailarino.
Let´s dance! Eterno, simples, sofisticado, criador de melodias bruscas,
nítidas, onde a Vida e a Morte estão sempre presentes, o Dia e a Noite, o
Homem e a Mulher, Tristeza e Alegria, o modo menor e o modo maior,
onde o admirável intérprete revela o grande compositor, o sambista, o
melo inventivo, o criador, o grande artista, o poeta maior, Francisco
Buarque de Hollanda, o jogador de futebol, o defensor dos desvalidos, dos desatinados, das crianças
que só comem luz, que mexe com os prepotentes, que discute com Deus e mora no coração do povo.
Chico Buarque Rosa do Povo, seresteiro poeta e cantor que aborrece os tiranos e alegra a tantos,
tantos...
Chico Buarque Alegria do Povo, até seu foxtrote é brasileiro.
Zonoi Norte, Malandragem, Noel Rosa, Sivuca, Neruda, Futebol, tudo canta na tua inesgotável Lyra,
tudo canto no martelo.
Bom Tempo, Bota água no feijão, Pra ver a banda passar, Vem comer, vem jantar, menino Jesus, dia
das mães, vou abrir a porta. Deus; Pai, afasta de mim este cálice de vinho tinto de sangue. Chico
também não evitou assuntos escabrosos, sangue, tortura, derrame, hemorragia...
Houve um momento em que temi pela tua sorte e te falei, mas creio que o pior já passou.
Chico Buarque homem do povo
Fla Flu, calça Lee, carradas de razão
Mamão, Jacarandá, Surubim
Macuco não, Pierrot e Arlequim
Você é tanta coisa que nem cabe aqui
Inovador, preservador, reencarnado, redivivo
Mestre da língua
Cabelos negros
Olhos de gatão selvagem
Dos grandes gatos do mato
Olhos glaucos, luminosos
Teu sorriso inesquecível
Ó, Francisco, nosso querido amigo
Tuas chuteiras caminham numa estrada de pó e esperança
Tom Jobim
New York, outubro de 1969
2)
Uma das coisas mais emocionantes - corta: uma das coisas desse tipo, o Rio e o Sol e o Amor emocionam, mas não são coisas desse tipo - que vi nos últimos tempos foi Chico falando da amizade com Tom Jobim e desses quase quinze ou quinze anos de sua subida ali pro Cristo. Chico falava do amor de Tom pelo Jardim Botânico do Rio, como ele dominava os nomes de tudo ali, como era seu consultor para assuntos da fauna e da flora, entre outras coisas. Ai tem a história do macuco. Macuco, o bicho, que os jornais trocavam por macaco quando aparecia nas cartas e notas de Tom, que os censores mudavam nas peças, que ninguém sabe direito o que é. Macuco vira maluco ou macaco, diz Chico. E diz das bebidas, das conversas, das companhias, de tudo da amizade deles, e se vê no fundo dos olhos azuis que é de verdade aquela dita saudade do amigo do outro lado do telefone, do outro lado da rua, do outro lado da mesa, pra falar do tempo do Jardim, dos malucos e dos macacos.
3) Por ocasião disso, olha o que eu encontrei e que ajuda na sua pesquisa, dindinha:
http://www.chicobuarque.com.br/sanatorio/censor.htm - Carlos Lucio Menezes, Ex-censor, concede entrevista ao site de chico buarque.
4)
5)
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